O Escândalo Vatileaks é um escândalo envolvendo documentos secretos
que vazaram do Vaticano, que revelam a existência de uma ampla rede de
corrupção, nepotismo e favoritismo relacionados com contratos a preços
inflacionados com os seus parceiros italianos.
Este termo foi usado pela primeira vez pelo porta-voz do
Vaticano, Federico Lombardi, em comparação com o fenômeno Wikileaks.
O escândalo veio à tona em janeiro de 2012, quando o
jornalista italiano Gianluigi Nuzzi publicou cartas de Carlo Maria Viganò,
anteriormente o segundo administrador do Vaticano, em que ele implorava para
não ser transferido por ter exposto uma suposta corrupção que custou a Santa Sé
um aumento de milhões nos preços do contrato. Viganò está atualmente no Núncio
Apostólico dos Estados Unidos.
Nos meses seguintes, o escândalo aumentou com documentos que
vazaram para jornalistas italianos, revelando uma luta pelo poder no Vaticano
sobre seus esforços para mostrar maior transparência financeira e cumprir com
as normas internacionais de combate à lavagem de dinheiro. Também no início de
2012, uma carta anônima virou manchete por seu alerta de uma ameaça de morte
contra o Papa Bento XVI. O escândalo agravou-se em maio de 2012, quando Nuzzi
publicou um livro intitulado Sua Santidade, as Cartas Secretas de Bento XVI que
consiste de cartas confidenciais e memorandos entre o Papa Bento XVI e seu
secretário pessoal, um livro polêmico que retrata o Vaticano como um foco de
intrigas, confabulações e confrontos entre facções secretas. O livro revela
detalhes sobre finanças pessoais do Papa, e inclui histórias de subornos feitos
para obter uma audiência com ele.
Paolo Gabriele, que foi mordomo pessoal do papa desde 2006,
é acusado de ter vazado a informação para Gianluigi Nuzzi. Gabriele foi preso
em 23 de maio depois que cartas confidenciais e documentos endereçados ao papa
e outras autoridades do Vaticano serem supostamente encontrados em seu
apartamento no Vaticano. Documentos semelhantes haviam sido publicados na
imprensa italiana ao longo dos cinco meses anteriores, muitos deles lidavam com
denúncias de corrupção, abuso de poder e falta de transparência financeira do
Vaticano.
Ele foi preso pela polícia do Vaticano, que alega ter
encontrado documentos secretos no apartamento que divide com sua esposa e três
filhos. Gabriele foi libertado em julho de 2012 e foi movido para prisão
domiciliar. Piero Antonio Bonnet, juiz do Vaticano, foi encarregado de analisar
as evidências do caso e decidir se há material suficiente para prosseguir para
julgamento. Se condenado, Gabriele poderá enfrentar uma pena de até 30 anos por
posse ilegal de documentos de um chefe de Estado. A sentença seria
provavelmente cumprida em uma prisão italiana, devido a um acordo entre a
Itália e o Vaticano.
Paolo Gabriele foi indiciado pelos magistrados do Vaticano
em 13 de agosto de 2012 por roubo agravado. A primeira audiência do julgamento
de Paolo Gabriele e Claudio Sciarpelletti, ocorreu às 9h30, em 29 de setembro
de 2012.
No dia 22 de dezembro de 2012, o Papa Bento XVI concedeu o
indulto a Paolo Gabriele. O ex-mordomo havia sido condenado a três anos de
reclusão, reduzidos a 18 meses por causa de atenuantes: ele não tinha
antecedentes criminais, havia trabalhado para o Vaticano, e reconheceu ter traído
a confiança do pontífice. Antes de receber o indulto, Paolo enviara uma carta a
Bento XVI, admitindo erros, não ter cúmplices, e pedindo perdão. Respondendo-o,
Bento XVI lhe mandara um livro dos salmos autografado e com bênção apostólica
dirigida especialmente à pessoa de Gabriele.
Durante a última apelação feita em julgamento, Paolo havia
declarado: "O que sinto mais fortemente dentro de mim é a convicção de que
agi exclusivamente por amor, eu diria um amor visceral, pela Igreja de Cristo e
seu representante".
Segundo o jornal italiano La Repubblica, o escândalo
influenciou a renúncia do papa Bento XVI, em fevereiro de 2013
Fonte:
Wikipedia
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